Fonte: FEAAC
Dia 27/4 o presidente da FEAAC e secretário geral da CNTC, Lourival Figueiredo Melo, participou da mesa redonda “Transformações nas relações de Trabalho: Desafios para um sindicalismo eficiente”, na abertura do segundo dia do 5º Congresso Internacional de Direito Sindical, em Fortaleza.
A mesa redonda contou com importantes nomes do meio sindical e do direito que trouxeram seus discursos alinhados principalmente à aprovação do texto base da reforma trabalhista, aprovada pela câmara.
A grande preocupação dos participantes foi a extinção da contribuição sindical, pois não há como lutar por melhorias aos trabalhadores sem verba para exercer o trabalho sindical, como lembrou Cristiano Zaranza, advogado da CNA. Artur Bueno de Camargo Júnior, presidente da CNTA e FST, disse ainda que as entidades sindicais, ainda mais neste momento, precisam continuar seus trabalhos para mudar a cara do congresso nacional e mudar a forma da política no país.
Ainda falam que a falta de emprego do trabalhador é por falta de qualificação profissional. Pois bem, se um trabalhador dos grandes centros urbanos leva em média 4 horas para chegar ao trabalho e outras 4 horas para chegar em casa, tendo uma jornada de 8 horas, em qual momento do dia o trabalhador conseguiria se qualificar se o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o ideal é ter uma noite de sono de pelo menos 8 horas diárias. Em que momento do dia do trabalhador há espaço para qualificação? Em que momento do dia do trabalhador há espaço para se aumentar a jornada de trabalho como está sendo discutido nessa reforma?
Carlos Alberto Shimitt de Azevedo, presidente da CNPL e CRECI-RS, lembrou que a ONU aprovou 17 medidas de combate a desigualdade social, e o que o congresso nacional aprovou com a reforma trabalhista, nada mais é do que justamente aumentar essa desigualdade que é combatida no mundo todo.
Na replica de seus discursos, Cristiano questionou até que ponto a politização das entidades sindicais é positiva? Até que ponto ter uma representatividade na política é positiva? Fator lembrado também por Artur Bueno.
Lourival Figueiredo Melo disse que as entidades precisam deixar as diferenças de lado e se unir. Questionou que infelizmente não temos liberdade de imprensa no país, pois os grandes conglomerados midiáticos são administrados por famílias, que estão ligadas ao capital empresarial, que bancam suas publicações. Ou seja, tudo aquilo que é dito é a favor do setor empresarial, do capital, e contra o trabalhador.
E lembrou ainda que passado este momento que é extremamente necessária esta união, é preciso que o movimento sindical faça uma autoavaliação de suas ações para continuar o trabalho.
Carlos Alberto falou que o fim do trabalho foi a terceirização. Pois todas as conquistas de anos para o trabalhador, não terá mais. Em todos os setores terão os terceirizados, e o resultado disso é tornar o trabalhador descartável, a empresa não terá mais motivo para arcar com os custos da formalização do trabalhador.
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