Principal responsável pelo rombo nas contas públicas anunciado ontem, a
Previdência Social ficará como está no restante do governo de Dilma Rousseff. Em
entrevista ao Estado, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, afirmou que o
governo desistiu de enviar ao Congresso medidas como mudanças nas regras de
pagamento de pensão e uma alternativa ao fim do fator previdenciário, que
poderiam melhorar o resultado das contas previdenciárias. "Não há condições
políticas necessárias para se efetivar uma reforma dessa complexidade num ano
eleitoral", disse.
A mudança no regime de pensionistas, na avaliação do ministro, pode ter mais
apoio da sociedade, mas deverá enfrentar resistência no Congresso. "As pessoas
não têm ideia de que financeiramente as pensões representam muito. A viúva, se
casa novamente, usufrui; se os filhos se tornam autônomos, têm sua
independência, ela usufrui. Eu sei que teria o apoio da opinião pública, mas num
ano eleitoral não seria assimilado."