Há algumas semanas estamos ruminando a estória veiculada na mídia sobre o “Estupro ocorrido no “BBB”, programa da TV Globo, que tem como ponto de partida confinar pessoas numa casa de luxo, expondo suas intimidades de modo que o público decida quem será o vencedor. Nas últimas semanas dentro da casa ocorreu algo com dois dos participantes que sugeriu ao público uma violação de direitos: um rapaz teria mantido relações sexuais com uma das participantes enquanto esta estava inconsciente.
O caso ocorrido no “BBB” aponta para indícios de um possível abuso sexual contra uma mulher participante, que deve ser julgado como qualquer outro caso ocorrido na sociedade brasileira, da maneira mais justa possível. Mas o que vimos foi uma chuva de absurdos; além de não impedir a violência no momento em que ela poderia estar ocorrendo, os responsáveis pela emissora tentaram escamotear o fato; depois tentaram tirar de circulação as imagens e finalmente assumiram o ocorrido sem nomeá-lo. Nas edições seguintes do programa, após todas as denúncias que aconteciam pela internet, o canal transformou a suspeita de um crime em uma cena "de amor". O espírito da coisa foi resumido pelo próprio apresentador Pedro Bial: “o espetáculo tem que continuar”.