Audiência pública realizada dia 8/11 em Limeira discutiu as condições e ambientes de trabalho nas casas lotéricas, propondo adequações mínimas exigidas pela legislação trabalhista. O evento foi promovido pela Gerência Regional do Ministério do Trabalho de Piracicaba, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Programa de Saúde do Trabalhador de Limeira e SEAAC de Americana e Região. Além dos promotores do evento, estiveram presentes donos de casas lotéricas de Limeira, representante da Caixa Econômica Federal e autoridades locais.
O trabalho está sendo desenvolvido para tornar o ambiente saudável aos empregados das lotéricas, graças a denúncia formulada pelo SEAAC. Fiscalização realizada constatou problemas como ausência de espaço de circulação, calor excessivo, limpeza e higiene questionáveis nas áreas de copa e banheiro e dificuldades ergonômicas para os trabalhadores. A partir daí, o projeto institucional levou à convocação das partes envolvidas para debater e encaminhar soluções para os problemas.
CEF é criticada
A presidenta do SEAAC, Helena Ribeiro da Silva, disse que o trabalho foi iniciado em 2001 e chegou até Brasília, onde parou por inércia governamental. Helena reclamou da Caixa Econômica Federal, que enviou representante apenas como “ouvinte”. “O grande vilão é a Caixa que sempre foge da discussão. Jogam a responsabilidade toda nos lotéricos. Não tem compromisso com os trabalhadores. Patrocina vôlei e muitos times de futebol, mas não patrocina o bem estar dos trabalhadores. Não queremos inviabilizar nenhuma empresa. Estamos aqui para ajudar na solução do problema”, criticou. Helena disponibilizou o Médico do Trabalho, Dr. Valdir Murari, (presente à audiência), que presta serviços à FEAAC e ao SEAAC para colaborar com as empresas, na verificação das adequações necessárias.
Lotéricos endossaram a fala da presidenta do SEAAC. Uma proprietária chegou a afirmar que até moedas para troco a Caixa não oferece, tendo de recorrer a bancos particulares para conseguir. Outro reiterou que a remuneração pelo serviço prestado à população é baixo. “A Caixa não dá nenhum apoio. Temos que fazer muitos serviços com poucos recursos. A Caixa impõe obrigações de forma unilateral. Tira o cidadão da agência e manda para as lotéricas, sem se preocupar com as nossas condições”. O representante da Caixa, disse que reproduziria as reclamações ouvidas aos setores competentes.
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