Lourival Figueiredo Melo
Presidente da FEAAC
Diretor Secretário Geral da CNTC
As investidas do Governo Federal a fim de conter o avanço da crise econômica comprovam a ineficácia para estancar a ferida. Em menos de dois anos, a cadeira de Ministro da Fazenda já foi ocupada por três indicados. Na primeira delas a presidente Dilma nomeou o renomado economista Joaquim Levy. A nomeação não agradou membros do Partido dos Trabalhadores e seus aliados, pois acreditavam que Levy adotaria medidas liberais, entretanto trouxe tranquilidade aos investidores por um breve período.
Presidente da FEAAC
Diretor Secretário Geral da CNTC
As investidas do Governo Federal a fim de conter o avanço da crise econômica comprovam a ineficácia para estancar a ferida. Em menos de dois anos, a cadeira de Ministro da Fazenda já foi ocupada por três indicados. Na primeira delas a presidente Dilma nomeou o renomado economista Joaquim Levy. A nomeação não agradou membros do Partido dos Trabalhadores e seus aliados, pois acreditavam que Levy adotaria medidas liberais, entretanto trouxe tranquilidade aos investidores por um breve período.
As dificuldades encontradas para reduzir o gasto público levou o Governo a priorizar a arrecadação tributária e como resultado foi uma taxa de desemprego de 8,5% e queda de 3,8% do PIB. O Governo da época culpava a crise econômica mundial e o fim do ciclo de commodities. Mesmo assim outras economias tiveram resultados positivos, o que demonstrava a participação do setor público na crise.
Agora o foco do Governo é outro. A estratégia é vender à sociedade a ideia de que o que penaliza a produtividade no país é uma legislação trabalhista “paternalista” e uma Seguridade Social solidária. Em outras palavras, a razão da crise econômica é o trabalhador brasileiro. Uma grande falácia.
Sabemos que quem sustenta a imensa máquina pública e os milhares de cargos políticos é a classe trabalhadora. Ora, como o principal responsável por injetar recursos na Administração Pública pode ser o causador dos problemas? Na realidade o que está prejudicando a economia é a alta carga tributária que reduz o poder de compra das famílias e inibe o investimento e a abertura de novas vagas de trabalho. O peso do Estado sobre a vida da população impede o país de retomar o progresso.
O que se observa nos últimos anos é a falta de comprometimento dos políticos e burocratas em eliminar privilégios. Enquanto a população paga o armago preço do desemprego, determinadas categorias privilegiadas com altos salários recebem reajustes. Da mesma forma o desinteresse do Governo em enxugar o número de cargos de confiança.
Por outro lado, o poder público acredita que os sacrifícios devam ocorrer somente sobre a população. A reforma da Previdência Social, com a possibilidade de igualar a idade de aposentadoria para homens e mulheres e ainda aumentar o tempo de trabalho é uma das formas que o Governo encontrou para reequilibrar suas contas. A percepção que está sendo trasmitida pelos meios de comunicação é que os benefícios pagos pela Previdência Social é fruto da benevolência estatal. E mais uma vez, como todas as despesas do Governo, são custeadas pelos trabalhadores. Portanto, a sociedade deva ser consultada se deseja trabalhar por mais tempo para financiar a aposentadoria.
Muito se fala sobre o rombo orçamentário causado pelas despesas com pagamentos de benefícios previdenciários superarem as receitas. O desequilíbrio existe, porém causado pela má gestão do próprio Governo. Quando observado apenas a previdência urbana é notável o superávit. Somente em 2015 a previdência dos trabalhadores urbanos apresentou superávit de R$ 5 bilhões. O déficit vem da previdência rural que registrou no ano passado um déficit de R$ 91 bilhões.
Outro fator que contribui negativamente para a Previdência Social são as renúncias fiscais. Em 2015, a União não arrecadou R$ 65,5 bilhões oriundo de renúncias fiscais de entidades filantrópicas, Simples Nacional, Microempreendedores Individuais, entre outros. Além disso, o Tesouro Nacional não faz a compensação correta das renúncias referentes às desonerações sobre a folha de pagamento, o que prejudica as receitas do Regime Geral da Previdência Social. Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), o valor das compensações não repassadas chegou a R$ 12 bilhões em 2014.
Por outro lado, o poder público acredita que os sacrifícios devam ocorrer somente sobre a população. A reforma da Previdência Social, com a possibilidade de igualar a idade de aposentadoria para homens e mulheres e ainda aumentar o tempo de trabalho é uma das formas que o Governo encontrou para reequilibrar suas contas. A percepção que está sendo trasmitida pelos meios de comunicação é que os benefícios pagos pela Previdência Social é fruto da benevolência estatal. E mais uma vez, como todas as despesas do Governo, são custeadas pelos trabalhadores. Portanto, a sociedade deva ser consultada se deseja trabalhar por mais tempo para financiar a aposentadoria.
Muito se fala sobre o rombo orçamentário causado pelas despesas com pagamentos de benefícios previdenciários superarem as receitas. O desequilíbrio existe, porém causado pela má gestão do próprio Governo. Quando observado apenas a previdência urbana é notável o superávit. Somente em 2015 a previdência dos trabalhadores urbanos apresentou superávit de R$ 5 bilhões. O déficit vem da previdência rural que registrou no ano passado um déficit de R$ 91 bilhões.
Outro fator que contribui negativamente para a Previdência Social são as renúncias fiscais. Em 2015, a União não arrecadou R$ 65,5 bilhões oriundo de renúncias fiscais de entidades filantrópicas, Simples Nacional, Microempreendedores Individuais, entre outros. Além disso, o Tesouro Nacional não faz a compensação correta das renúncias referentes às desonerações sobre a folha de pagamento, o que prejudica as receitas do Regime Geral da Previdência Social. Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), o valor das compensações não repassadas chegou a R$ 12 bilhões em 2014.
Além dos direitos previdenciários estarem em risco, existe a pressão dos empresários e de parte dos parlamentares para uma reforma trabalhista. A regulamentação da terceização, a flexibilização da CLT e a aprovação do projeto conhecido como “negociado sobre legislado”, que garante a vantagem da negociação entre sindicatos e empresários supere a legislação são afrontas aos trabalhadores brasileiros.
Sendo assim, os trabalhadores e seus representantes devem permanecer vigilantes. Não será reduzindo direitos dos trabalhadores que retomaremos o ritmo de crescimento e geração de emprego e renda, mas só com uma profunda reforma tributária, cortes nos gastos públicos e aumento da eficiência dos serviços públicos poderão superar a crise econômica.
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