Fonte: CNTC c/informaçõesEstadão
Mesmo em um cenário de crise, com a previsão do segundo ano seguido de contração do PIB, a Nestlé pretende expandir a operação brasileira, que hoje emprega 21 mil pessoas, segundo o principal executivo para as Américas e vice-presidente global da companhia, Laurent Freixe, em entrevista ao ‘Estado’. O grupo suíço, fundado há 150 anos e presente há 95 no Brasil, pretende criar 3 mil postos de trabalho ao longo dos próximos três anos, com prioridade para os profissionais mais jovens. No total, serão 7 mil contratações nesse período, incluindo as substituições.
Apesar da crise, a companhia, que vai investir mais de R$ 500 milhões no Brasil só neste ano, vê motivos de sobra para continuar apostando no País – que é seu quarto mercado global. A empresa conseguiu se manter no azul no Brasil em 2015 e vê vários mercados com potencial de forte expansão nos próximos anos, segundo Freixe, como cápsulas de café (o País ganhou, há poucos meses, a primeira fábrica do produto fora da Europa), alimentos de apelo saudável e nutrição animal.
A partir da experiência brasileira, o projeto deverá ser expandido a outros países da América Latina. “Por aqui, embora o desemprego entre jovens não seja tão alto (quanto na Europa), o programa poderá ajudar a combate o emprego informal”, explica o executivo.
O vice-presidente da Nestlé diz que a atração de jovens talentos está sendo reestruturada pela companhia, mas sempre foi uma preocupação na multinacional. E fala por experiência: ele ingressou na companhia há 30 anos, em um programa semelhante. “Cheguei logo após terminar a universidade.”
A Nestlé tem 30 fábricas no País e atua em uma variedade de setores. Por isso, haverá oportunidades além dos cargos de administração, indústria e vendas. Diante da expansão do negócio de comida para animais domésticos, a empresa vai precisar de veterinários. A área de alimentos saudáveis vai demandar nutricionistas. E até chefs de cozinha serão recrutados, para testar sabores e sugerir receitas à companhia.
Perfil. A intenção de contratar jovens sem experiência está alinhada à tradição da companhia de formar talento internamente, segundo Rodrigo Foz, diretor da empresa de recrutamento Exec. “Não é incomum que gerentes e diretores tenham entrado na empresa via programas de base.” Foz, porém, diz que essa crença na cultura interna pode ter um lado prejudicial. “Às vezes é preciso sangue novo, alguém que pense de forma um pouco diferente.”
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