Muitas pessoas costumam ficar espantadas quando a gente faz essa pergunta e a gente nem deveria estranhar que a resposta da grande maioria seja “não tem nada a ver, cada um cuida da sua vida profissional – e pessoal – com base naquilo que crê”. “Porque não tem nada a ver?”, a gente poderia insistir na pergunta e daí poderia ouvir como resposta o ditado popular “religião, futebol e política não se discute”, pois, como vivemos em comunidade, temos que ter respeito às diversidades e preferências de cada membro do grupo.
Para mim parece válido aceitar o que diz o ditado e a postura das pessoas que querem evitar uma discussão para não ferir sentimentos das demais pessoas do grupo, “para não perder o amigo”, como dizemos. No entanto, uma resposta e reação simples, pronta e rápida talvez não signifique que o dito seja aplicável e verdadeiro.
Restringindo o meu foco e comentário somente à questão da religião eu diria que sim, quem tem uma religião poderia ter sua carreira altamente influenciada por ela. Tomando por base a maioria das religiões, em especial a cristã, como exemplo, o que poderia ser aproveitável para sua vida profissional?
Haveria tantos casos de corrupção se uma pessoa estivesse dotada de ensinamentos religiosos, isto é, se uma pessoa estivesse convencida de que, no caso de um cristão, Deus está olhando tudo e que ele não deveria cometer qualquer ato que possa vir a prejudicar seu próximo? E que um dia ele terá que prestar contas de tudo o que fez nessa vida?
Igualmente, haveria tantos casos de homicídio, suicídio, envolvimento com drogas, se o homem estivesse consciente que agindo de determinada forma ele estaria se desviando dos caminhos corretos e poderia causar males aos seus próximos?
Pode uma pessoa que tenha conhecimentos sobre os caminhos corretos começar a agir de forma inadequada sabendo que pode com isso denegrir a sua imagem pessoal, a imagem de sua família, seus antepassados, seus pais e demais parentes?
Pode uma pessoa assim agir de maneira propositada e desleixada em seus afazeres diários, em atos de desobediência à hierarquia dentro de sua empresa? Pode ela deixar de cuidar dos valores e bens que uma empresa pode lhe confiar no dia a dia? Pode ela praticar atos de conflitos de interesse nas suas atividades diárias?
Bom, essa é minha visão e é a visão do que tenho observado durante toda a minha vida. É certo que aplicar os conceitos religiosos que a gente aprende desde pequeno não é uma tarefa fácil, até por conta de tudo o que acontece no mundo e no mercado de trabalho. Mas, o mais certo para mim é que as pessoas e profissionais que têm valores religiosos têm conseguido maior realização nos seus projetos, ainda que nem sempre se tornem celebridades, mas “apenas” se dedicando a viver uma vida correta, dentro e de acordo com seus princípios religiosos.
Ah! E o futebol? Eu penso que cada um escolhe o time de sua preferência. E sobre política? Eu penso que quando todo mundo souber realmente o que é política, que ela é diferente de politicagem, daí sim se poderia deixar a escolha de cada um; ou seja, por enquanto, parece meio difícil e anda meio complicado dizer que tal pensamento está correto e deve ser adotado.
* Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional
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