Dia 6/12, o SEAAC de Americana e Região promoveu debate sobre "O desafio das Mulheres em busca do seu Empoderamento", tema do 7º Encontro Regional da Mulher EAA, promovido pelo Sindicato em parceria com a FEAAC. A socióloga Daniela Carrara Sanches abriu o evento falando sobre as questões sociais que envolvem o tema. Já a diretora dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Maria Euzilene Nogueira (Leninha), contou como enfrentou os desafios para se tornar exemplo dentro do movimento sindical e pontuou questões históricas que levam a sociedade a adotar a desigualdade de gênero como postura. O encontro ocorreu no salão do NoHotel Premium, em Americana.
Para iniciar o evento, a presidenta do SEAAC, Helena Ribeiro da Silva, agradeceu a presença de todas as trabalhadoras
e associadas, ressaltando que as conquistas alcançadas pelo SEAAC durante estes
22 anos de existência se deve à participação de todos os trabalhadores. Helena
também incentivou as mulheres a buscar seu empoderamento. “Sabemos das
dificuldades enfrentadas diariamente dentro e fora do ambiente de trabalho.
Cabe a nós o papel de informá-las sobre o empoderamento, para que possam estar
dentro do ambiente de trabalho, buscando cargos de comando ou novas
oportunidades”, destacou a dirigente que também é diretora da Secretaria Geral
da FEAAC e diretora da Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres da Força Sindical SP.
Elizabete Prataviera, presidente do SEAAC de Campinas e
Região e diretoria da Secretaria da Mulher da FEAAC, pontuou o objetivo dos
Encontros Regionais da Mulher EAA, que é “conscientizar a trabalhadora que
passa por diversas situações e explicar que ainda há muito a ser feito e que a
mudança depende da iniciativa de cada um”. Elizabete também ressaltou que os
Encontros servem de aprendizado para as dirigentes, que aprendem cada vez mais
com os diferentes temas que são abordados.
A diretora da Secretaria da Mulher e integrante do Conselho
da Mulher de Americana, Antonia Vicente Gomes agradeceu a oportunidade e disse
ter aprendido a buscar saídas para os conflitos existentes devido à
desigualdade, além de construir uma nova história.
INTRODUÇÃO – a socióloga Daniela explicou que era preciso
entender o significado do termo empoderamento – palavra em inglês ‘empowerment,
que quer dizer dar poder a alguém – traduzido para o português no sentido
transformador pelo educador Paulo Freire. “Empoderar-se é reconhecer a história
das mulheres, estabelecer o porquê das diferenças entre homens e mulheres,
tomar conhecimento e refletir para construir novos padrões. Significa
transformar, buscar autonomia e decisões. É querer fazer alguma coisa que você
busca para si”, explicou a socióloga.
Daniela finalizou destacando as dificuldades que as mulheres
encontram para fazer parte política, em ser uma presidenta ou ter um cargo de
evidência. “É importante ouvir as mulheres e respeitar as suas escolhas como um
caminho para a liberdade e autonomia. Por meio do diálogo social e de
conhecimentos, estaremos despertando para a busca de nossos direitos e
lutaremos incessantemente para mudar os conceitos atuais.”
EXEMPLO - a diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de São
Paulo (maior da América Latina), Maria Euzilene Nogueira, também iniciou sua
palestra ressaltando a presença dos homens. A dirigente contou sua história de
vida, desde quanto ainda era criança no Ceará e trabalhava na roça, tendo seu
pai como modelo de determinação e coragem, até quando conquistou a oportunidade
de ser diretora no Sindicato.
O foco da palestra foi de conhecer a história das mulheres,
para resignificá-la, desconstruindo a condição de desigualdade da mulher na
sociedade atual, com o objetivo de ampliar a igualdade entre os gêneros, para
garantir o fortalecimento da presença das mulheres nas múltiplas esferas da
vida social – especialmente nos espaços de poder e decisão.
“A família passou por diversas mudanças e novos valores
foram assumidos. Através deste contexto, vê-se a necessidade de descrever uma
nova sociedade, entendendo os conflitos de gênero que regem os dias atuais e
assumem contextos de violência dentro da estrutura familiar”, explicou Leninha.
Observando o cenário atual, Leninha disse que as mulheres
ainda enfrentam a desigualdade entre o homem e a mulher na sociedade, mas houve
mudanças que engajaram um novo espaço que agora está sendo trilhado. “Antes a
mulher não trabalhava, tomava conta dos filhos e da casa, enquanto o homem
fazia o trabalho pesado. Hoje as mulheres votam e trabalham nas mais diversas
atividades que antes não eram permitidas, ajudam na construção da sociedade e
nas decisões políticas.”
Para a palestrante, embora a mulher tenha dado um grande
passo em busca de seus propósitos, ela ainda sofre com a discriminação e com a
violência. “Antes ela se mantinha calada, mas muitas mulheres passam a conhecer
as leis e buscam sua proteção através de seus direitos. Sintetizando podemos
dizer que a mulher buscou o seu espaço na sociedade e na sua vida pessoal,
assegurando uma nova história, que custou a vida de muitas mulheres que ousaram
fazer a diferença.”
Fonte/Fotos: FEAAC
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