(...) Quem vai atrás da origem da homenagem constata que a reflexão sobre o papel da mulher se colocou como obrigação no dia 8 de março de 1857, quando as operárias de uma indústria têxtil de Nova Iorque tomaram a fábrica para reivindicar o que era justo, mas não respeitado: a redução de 16 horas para 10 horas diárias de trabalho e melhores salários - elas recebiam mensalmente menos do que um terço do valor pago aos homens. O dia terminou muito mal: o saldo foi 130 mortas. As manifestantes foram trancadas na fábrica em chamas e ali morreram. Depois desse horror passaram-se 53 anos até que, em conferência na Dinamarca, o dia 8 de março foi escolhido para ser o Dia Internacional da mulher.
Hoje, decorridos 97 anos, tanto o sacrifício das operárias de Nova Iorque quanto a luta das inconformadas que vieram depois delas resultou em grandes mudanças na forma como as sociedades absorvem a contribuição feminina em todos os setores. Claro que ainda há muita desigualdade, como fruto de um ranço que resiste à mudança, em parte porque teme o que desconhece. De uma certa maneira, em sociedade se repete, em forma de metáfora, o que ocorre dentro das casas, onde amanhecemos desarrumados e tratamos de nos colocar em ordem - e aquilo que nos cerca - para que possamos enfrentar o dia e para que ele seja mais produtivo.
É difícil? Muitas vezes é. Não somente para a mulher que assumiu tarefas sem delegar as que são próprias da sua natureza, mas também para o homem com quem ela convive sem que esteja à sua disposição, ou do ideal feminino que leva na cabeça, nas vinte quatro horas do dia. Mas o esforço é válido. E já não existem argumentos para um retrocesso: segundo a revista The Economist, "na década passada, o trabalho das mulheres contribuiu mais para o crescimento da economia mundial e ao combate à pobreza do que a impressionante taxa de crescimento do produto interno bruto da China". E pesquisas da Catho e do IBGE mostram que, hoje, 44% da população economicamente ativa são mulheres. Nas faixas de 30 a 39 anos, elas ocupam postos de trabalho na proporção de 26,5% contra 20,8% ocupados pelos homens e na de 40 a 49 anos, 20,8% contra 19,1% de homens.
As brasileiras estão na quarta posição no ranking global de empreendedorismo, à frente das norte-americanas e francesas, de acordo com pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor). O que as leva a isso é a necessidade de ajudar nas despesas domésticas - 58% -, a vontade de se realizarem numa profissão e a capacidade de enxergar uma boa oportunidade. O pesquisador norte-americano Warren Farrell afirma que as mulheres são menos competitivas em termos gerais, "mas quando decidem ir atrás de sucesso e dinheiro com engajamento, elas deixam os homens para trás" (...)
Fonte: Diário do Comércio RS/SPMulheres
1 comentários:
Este é um dia de atividades e não pra faturar presentinhos. Queremos é respeito!
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