sexta-feira, 2 de agosto de 2013

PLC 03/2013: Mulheres vencem mais uma difícil batalha!

Os direitos das mulheres tem sido extremamente difíceis de conseguir. A cada lei favorável às reivindicações das cidadãs brasileiras, uma imensa luta política e social é travada.

O PLC 03/2013, que dispõe sobre o atendimento às vítimas de violência sexual no âmbito da saúde, não foi diferente. Sofreu uma intensa campanha contra sua aprovação, cheia de desinformação e inverdades. Mas, foi sancionado sem vetos pela presidenta Dilma, após ser aprovado pelo Congresso Nacional, uma vitória.

O PLC 03/2013 é bastante conciso: determina que os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento emergencial, integral e multidisciplinar, visando o controle e o tratamento dos danos físicos e psíquicos decorrentes da agressão sofrida pela mulher. Considera como violência sexual qualquer tipo de forma ou atividade sexual não consentida – ou seja, não é apenas estupro, e traz uma lista dos procedimentos a serem observados pelos profissionais de saúde no momento de atender à mulher violentada que procura auxílio nas unidades do SUS.


É importante que se esclareça que o PCL 03/2013 não legaliza o aborto, mas sim institui o direito das mulheres vítimas de violência sexual a receberem informações, assistência médica e medicamentos para prevenirem doenças sexualmente transmissíveis, como DST’s, Hepatite C, HPV, além de prevenir-se contra uma gravidez indesejada, com a pílula do dia seguinte. Na verdade, segundo o ministro da Saúde, apenas legaliza ações que já acontecem na rede pública de saúde.

Não é mais possível ignorar que as estatísticas sobre a violência sexual crescem desmesuradamente no país, com casos acontecendo dentros das famílias e nas ruas. Não é mais possível ignorar o clamor das mulheres, que também ganhou o espaço das ruas, nas grandes manifestações que vimos acontecer. Não é mais possível permitir que grupos religiosos, representados por homens que jamais passarão pelo trauma devastador de um estrupo e uma gravidez que resulte de um ato de violência, decidam pelas mulheres, afinal, teoricamente, vivemos um estado laico.

As mulheres de hoje são movidas pelo desejo de cidadania, justiça social e liberdade, sendo obrigadas a lutar diariamente por “privilégios”(diriam alguns), que na verdade não passam de direitos. Sua saúde física e mental é um direito básico estabelecido nos princípios da democracia. Não "receberam" nada além daquilo que lhes é devido, ainda havendo muito mais para ser 'recebido", principalmente respeito.

Helena Ribeiro da Slva

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