sexta-feira, 1 de junho de 2012

Seminário debate mortalidade materna

Lourival F. Mello, Ministro Alexandre Padilha e Helena Ribeiro
Helena Ribeiro da Silva, presidenta do SEAAC e diretora de Assuntos da Mulher da FEAAC, participou do Seminário “O enfrentamento da Morte Materna na Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher”, encerrado pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, dia 28 de maio de 2012, ocasião na qual o Ministro disse que além de marcar o dia Nacional de Luta Contra a Mortalidade Materna, o seminário teve como foco reafirmar as políticas sobre a saúde da mulher e analisar de forma detalhada o cenário atual da mortalidade, para que o índice de mortes possa de fato diminuir a cada dia.

Destacou que o governo não vai desistir de alcançar a meta do milênio de reduzir a mortalidade materna até 2015. Informou também que mais de 60% dos casos de morte materna hoje são no Norte e Sudeste e que a atuação deve ser maior nessas regiões. “Todos nós de movimentos, academia, conselheiros, podemos contribuir e precisamos atuar fortemente, pois estas mulheres não precisam morrer”, da forma que estamos assistindo.

Afirmou ainda o Ministro, que de cada quatro gestantes atendidas pelo SUS- Sistema Único de Saúde, uma se queixa de algum tipo de negligência ou maus-tratos identificados no momento do parto, citando levantamento feito pelo ministério em 2011. Alexandre Padilha disse que o SUS precisa ter como investimento prioritária qualidade do atendimento as mulheres e crianças.

A Ministra da Secretaria Nacional de Política para Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, também presente neste evento, destacou, não se pode de nenhuma maneira fazer a fragmentação da Política de Saúde da Mulher. A integração entre a política de saúde da mulher as ações e os programas do Ministério deve ter como principal desafio a redução da mortalidade materna no país.

A rede Cegonha, por exemplo, tem que ser integral dentro da política; caso não seja dessa forma não será possível alcançar a meta. “É assim que tem que ser com todos os pontos da política: uma realidade de transversalidade”, afirmou a Ministra, que chamou a atenção para  ”a reunião de mulheres de toda parte, para debaterem o tema e apontar ações que contribuam no sentindo de diminuir o índice da mortalidade materna no Brasil”.

O que nos chamou a atenção foram os dados apresentados pela Secretária da Promoção de Políticas de Igualdade Racial, demonstrando que atualmente as mulheres negras são as mais afetadas pela mortalidade materna; segundo ela, a maioria dessas mortes está associada a outros fatores de saúde, como a hipertensão. Destacou que se faz necessário um tempo de consulta e tratamento dado a essas mulheres. O Brasil possui o Sistema Único de Saúde, que é o instrumento eficaz para fazer com que a condição de saúde das mulheres seja melhorada.

A realização do Seminário foi de responsabilidade do Conselho Nacional de Saúde por meio da CISMU - Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da área técnica da Saúde da Mulher.

Participou deste evento como convidado o Secretário Geral da CNTC- Lourival Figueiredo Melo, também presidente da FEAAC, que afirmou: nossa Confederação tem por obrigação estar firmemente engajada na luta pela saúde das mulheres, especialmente as trabalhadoras do setor de Comércio e Serviços, que acabam colocando sua saúde em segundo plano, uma vez que hoje desenvolvem jornada tripla de trabalho. Precisamos construir uma ação permanente em defesa da saúde integral e direitos reprodutivos das nossas trabalhadoras em todas as fases de suas vidas. Resaltou Lourival.

Para Helena, esta data é fruto da ação de mais de duas décadas do movimento pela saúde das mulheres e feminstas que decidiram ter um dia de ação mundial para tornar visível o fenômeno - a mortalidade materna - considerado banal nas sociedades cuja cultura naturaliza a entrega da vida das mulheres em nome da maternidade. 

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